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Microexplosão em Porto Feliz paralisa fábricas da Toyota e afeta produção de Corolla no Brasil

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Microexplosão atmosférica atingiu a fábrica de motores da Toyota em Porto Feliz, no interior de São Paulo, na tarde de 22 de setembro de 2025. O fenômeno provocou danos severos à estrutura, com rajadas de vento acima de 90 km/h arrancando o telhado e espalhando detritos por quilômetros. A montadora interrompeu imediatamente todas as operações nas unidades de Sorocaba e Indaiatuba, impactando a fabricação de modelos como Corolla e Corolla Cross.

A interrupção ocorreu porque a planta de Porto Feliz fornece os principais motores para a linha de produção brasileira. Sem esses componentes, as linhas de montagem pararam, afetando cerca de 6.700 funcionários diretos. A Toyota informou que busca suprimentos alternativos de unidades internacionais, mas a retomada plena deve ocorrer apenas em 2026.

Autoridades locais confirmaram o evento como microexplosão, um vendaval descendente de nuvens cumulonimbus que se espalha ao solo. A Defesa Civil de São Paulo analisou radares e satélites para descartar tornado, identificando o padrão de ventos laterais destrutivos. O prefeito de Porto Feliz decretou estado de calamidade pública para agilizar auxílios.

Fabrica Toyota
Fabrica Toyota – Foto: Reprodução Toyota

A fábrica isolada permite vistorias da Defesa Civil e engenheiros. Relatórios preliminares indicam que mais de 90% da estrutura sofreu avarias, incluindo alagamentos e fachadas danificadas. Nenhum óbito foi registrado, mas 30 trabalhadores tiveram ferimentos leves e receberam atendimento médico.

Detalhes dos danos na estrutura

Ventos intensos removeram telhas de zinco, arremessadas a até seis quilômetros do local. Áreas de produção de motores híbridos flex ficaram expostas à chuva, comprometendo equipamentos. A unidade, inaugurada em 2016 com investimento de R$ 580 milhões, opera em três turnos e emprega 800 pessoas.

Imagens aéreas revelam o teto principal destruído e veículos capotados no pátio. Funcionários se abrigaram em máquinas durante o incidente, evitando maiores riscos. A Toyota prioriza a segurança, alocando suporte psicológico e material aos afetados.

Medidas para os trabalhadores

A montadora negocia com sindicatos para preservar empregos durante a paralisação. Até 1º de outubro, dias serão abonados com salário integral mantido. Após isso, férias coletivas ocorrerão por 20 dias em Sorocaba e Indaiatuba.

  • Layoff temporário de dois a cinco meses, com contratos suspensos e benefícios preservados;
  • Banco de horas utilizado em Porto Feliz para compensar ausências iniciais;
  • Assembleias virtuais aprovam as propostas até o fim de semana;
  • Nenhum desligamento previsto, conforme compromisso com o Sindicato dos Metalúrgicos.

Essas ações visam estabilidade financeira aos colaboradores das três plantas.

Estratégias de suprimento alternativo

A Toyota avalia importação de motores de fábricas na Argentina e México para minimizar perdas. O foco inicial recai sobre variantes 2.0 Dynamic Force, usadas em Corolla e Corolla Cross. Testes de compatibilidade ocorrem em laboratórios internos para evitar atrasos adicionais.

Relatórios indicam que estoques atuais cobrem demandas limitadas até o fim do ano. Fornecedores locais de peças de reposição mantêm operações normais, sem impacto imediato. A empresa monitora logística internacional para viabilizar envios rápidos.

Impacto no cronograma de lançamentos

O Yaris Cross, previsto para outubro, teve data adiada indefinidamente. O SUV compacto depende de motores 1.5 flex da unidade afetada, incluindo evoluções para versões híbridas. Investimentos de R$ 11 bilhões até 2030, anunciados em 2024, incluem expansão em Sorocaba para acomodar o modelo.

Atualizações no Corolla também enfrentam revisões, com protótipos pausados. A montadora planeja apresentar o veículo em eventos como o Salão do Automóvel, mas sem produção local imediata. Clientes afetados por entregas pendentes recebem comunicações personalizadas.

Histórico da unidade de Porto Feliz

A planta representa a principal fornecedora de motores na América Latina desde sua abertura. Produz anualmente mais de 100 mil unidades, com ênfase em tecnologias flex e híbridas. Construída para suportar demandas regionais, integrou-se à cadeia de suprimentos global da Toyota.

Expansões recentes preparavam o local para o Yaris Cross, com novas linhas de montagem de sistemas elétricos. O incidente interrompeu certificações em andamento para componentes sustentáveis. Equipes de engenharia agora priorizam reconstrução resiliente a eventos climáticos.

Reconstrução inicia com avaliações estruturais detalhadas, estimadas em meses. Custos preliminares superam valores iniciais de implantação, exigindo aprovações corporativas. A Toyota coordena com autoridades para liberação de recursos emergenciais sob o decreto de calamidade.

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