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Artigo

Advogados que Traem a Confiança do Cliente: Quando a Defesa se Torna Ataque

Por Wander Lopes

20/02/2025

A advocacia, por princípio, deve ser pautada na ética e na lealdade ao cliente. No entanto, cresce a preocupação com profissionais que, em vez de defenderem os interesses de quem os contrata, atuam em desfavor do próprio cliente, em conluio com a parte contrária ou em parceria duvidosa com outros advogados. Esse comportamento não apenas compromete a justiça, mas também mina a confiança da sociedade na atuação dos operadores do Direito.

Nos tribunais, não é incomum encontrar casos em que advogados retardam propositalmente o andamento dos processos, favorecendo a parte adversária. Esse tipo de conduta pode ocorrer por meio de manobras como a não apresentação de documentos essenciais, o descumprimento de prazos estratégicos, a elaboração de petições erradas, a orientação errônea dos clientes ou mesmo a troca de informações sigilosas com a parte executada. Em situações mais graves, alguns profissionais firmam acordos informais nos bastidores, prejudicando diretamente os clientes que confiaram a eles a defesa de seus direitos.

Casos assim podem ser encontrados principalmente em ações cíveis, trabalhistas e de execuções, onde a morosidade e os detalhes técnicos são usados como ferramentas para enfraquecer a posição da parte prejudicada. O cliente, muitas vezes, só percebe a situação quando já sofreu prejuízos irreparáveis.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) prevê punições severas para práticas antiéticas, que podem incluir desde advertências até a cassação do registro profissional. No entanto, a fiscalização dessas condutas ainda é um desafio, e muitos clientes lesados enfrentam dificuldades para provar o jogo sujo dentro dos próprios escritórios de advocacia.

Diante desse cenário, é fundamental que aqueles que se sentirem prejudicados denunciem formalmente qualquer suspeita de irregularidade. Buscar uma segunda opinião jurídica, acompanhar de perto o andamento do processo e questionar eventuais atrasos ou decisões desfavoráveis sem justificativa plausível são medidas essenciais para evitar cair nesse tipo de armadilha.

A advocacia deve ser um pilar de justiça e não um campo fértil para interesses escusos. O compromisso com a ética e a transparência precisa ser uma prioridade, para que a confiança na Justiça não seja corroída por aqueles que deveriam defendê-la.

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