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Utilidade Pública

Aproximação entre Estados Unidos e países árabes desperta alerta em Israel

Tel Aviv acompanha com atenção as recentes movimentações diplomáticas e comerciais entre Washington e nações árabes que historicamente não reconhecem o Estado de Israel.

Por Wander Lopes

26/05/2025

A intensificação das relações entre os Estados Unidos e países árabes do Oriente Médio tem causado apreensão em Israel, especialmente diante de acordos estratégicos no setor de defesa. O governo israelense avalia com cautela o crescente envolvimento militar e econômico entre Washington e países que, até hoje, não estabeleceram relações diplomáticas formais com o Estado judeu.

Fontes ligadas ao Ministério da Defesa de Israel apontam que a principal preocupação recai sobre a venda de armamentos de alta tecnologia e sistemas de vigilância, o que pode alterar o equilíbrio regional de poder. Embora o governo norte-americano afirme que tais parcerias visam à estabilidade e ao combate ao extremismo, setores do governo israelense temem que tais medidas possam fortalecer atores considerados hostis à sua segurança nacional.

“Israel entende que a estabilidade regional depende de um equilíbrio sensível. Armar países que não reconhecem nossa legitimidade é uma equação delicada”, disse um diplomata israelense sob condição de anonimato.

Os acordos, que incluem cooperação em áreas como cibersegurança, sistemas antimísseis e modernização de frotas militares, vêm sendo celebrados de forma acelerada desde o início deste ano. Analistas políticos observam que, por trás dessa aproximação, há também interesses comerciais e geopolíticos dos Estados Unidos, que buscam conter a crescente influência da China e da Rússia na região.

Em paralelo, Israel continua investindo em sua capacidade de defesa e mantém diálogos estratégicos com seus aliados históricos, enquanto tenta ampliar os efeitos dos chamados Acordos de Abraão, que normalizaram as relações com alguns países árabes nos últimos anos.

Nos bastidores, diplomatas israelenses trabalham para obter garantias de que os acordos firmados entre os Estados Unidos e seus novos parceiros árabes não comprometam a supremacia tecnológica militar que Israel mantém no Oriente Médio há décadas com apoio direto de Washington.

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