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Política

Assessor, Thiago Mishima fraudava contratos da Saúde e pegou propina pelo cunhado no MS

Denúncia é do MPE no âmbito da Operação Turn Off

Por Wander Lopes

03/04/2024

A Operação Turn Off, do Ministério Público Estadual, apontou que o ex-servidor estadual e atual assessor legislativo do deputado federal Geraldo Resende (PSDB), Thiago Haruo Mishima, era um dos articuladores das fraudes na Secretaria Estadual de Saúde. O rombo estimado é de R$ 68 milhões.

Mishima foi assessor da Secretaria Estadual de Saúde de 2019 e 2021, época que ocorreram as fraudes apontadas pela investigação. As ações criminosas do ''japonês'' foram descritas no pedido de prisão e busca e apreensão contra ele, executadas e autorizadas pelo juiz de Direito Eduardo Eugênio Siravegna Junior. 

Os irmãos Lucas Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho Júnior são empresários e acusados de serem os chefes do esquema que frauda licitações a favor deles. 

O nome de Thiago aparece na investigação do Pregão Eletrônico n. 27/2022, onde a empresa Isomed Diagnósticos saiu vencedora e firmou contrato com o Governo do MS. O comércio pertence a Thaline Hernandez das Neves Coutinho, esposa de Sérgio Coutinho, apontado como mentor do esquema de fraude. .

O detalhe é que Mishima era o gestor dos contratos e se comunicou com os dois líderes da quadrilha, diz o MPE. Houve pagamento em espécie para o ''japonês'' e, além disso, um posto de combustível de um dos investigados, repassou dinheiro a uma empresa de comunicação do cunhado de Thiago. 

O operação trouxe também que Thiago atuou para que, por intermédio da servidora Márcia Barbosa Borges, orientou Sérgio Coutinho a encerrar o saldo remanescente do contrato firmado no ano de 2017 para viabilizar o novo procedimento licitatório.

A Turn Off mostrou que outras licitações com outras empresas foram fraudadas e contaram mais servidores da Saúde do MS. Eles são igualmente suspeitos de cometerem crimes em cidades do interior do Estado. 

Thiago Haruo Mishima está preso no Centro de Triagem Anízio Lima, no Complexo Penal do Jardim Noroeste em Campo Grande. O espaço está aberto para manifestação da defesa dos citados. 

Operação apreendeu reais, dólares e euros em posse de investigados (Foto: Divulgação MPE/MS)

Operação 

Servidores estaduais e pessoas ligadas a uma organização criminosa fraudaram licitações para compra de materiais e produtos hospitalares que seriam destinados para pacientes da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). Essa situação foi desvendada durante a Operação Turn Off, desencadeada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção).

A investigação também apontou que nesse contexto, houve pagamento de vantagens financeiras indevidas, as chamadas 'propinas', a vários agentes públicos. Esse desvio e fraude também afetava as compras de aparelhos de ar condicionado por parte da Secretaria de Estado de Educação e locação de equipamentos médicos hospitalares e elaboração de laudos pela Secretaria de Estado de Saúde.

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