Cidade bombardeada por 450 bombas nucleares vive epidemia de câncer e distribui ‘passaportes de radiação’

Por quatro décadas, a cidade de Semipalatinsk, no nordeste do Cazaquistão, foi alvo de 456 testes nucleares realizados pela União Soviética. A área, conhecida como “Polígono”, segue registrando casos de câncer, malformações e doenças genéticas, com o último teste nuclear sendo feito em outubro de 1989. Famílias da região vivem até hoje com as consequências da radiação e recebem dos governos um documento conhecido como “passaporte de radiação”, que reconhece a exposição às explosões.
De acordo com uma reportagem do The Sun, o local foi usado entre 1949 e 1989 como principal campo de testes atômicos da União Soviética. Estima-se que 1,5 milhão de pessoas tenham sido diretamente expostas à precipitação radioativa. Até hoje, crianças nascem com deformidades, membros ausentes e síndromes genéticas, enquanto casos de câncer, infertilidade e doenças cardíacas continuam a crescer.
“O pior é quando os médicos diagnosticam câncer. É como uma sentença de morte. Uma sentença de morte dolorosa. Sem ajuda e tratamento adequados”, relatou Maira Abenova ao jornal. Ela cresceu em Semipalatinsk e hoje é ativista pelos direitos das vítimas dos testes nucleares.