Copacabana perdeu 10% da faixa de areia nos últimos dez anos, segundo estudo da UFRJ

O calor sempre foi sinal de bom tempo para ir à praia. Mas, à medida que o planeta esquenta, o calor ameaça varrer do mapa as praias da Zona Sul do Rio devido à elevação do nível do mar. Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) indica uma significativa redução da largura da faixa de areia e períodos de inundação prolongados nas próximas décadas no entorno da Baía de Guanabara.
O estudo analisou o impacto da subida do mar do Porto do Rio ao Leblon. Só a Praia de Copacabana perdeu, nos últimos dez anos, 10% da faixa de areia. Em Niterói, os cientistas fizeram estimativas da região portuária à praia e à lagoa de Piratininga. Também foi avaliada a situação dos manguezais da Área de Preservação Ambiental de Guapimirim, que poderão desaparecer até o fim do século, se for mantido o ritmo atual de elevação.
A projeção é que as praias do Leme e de Copacabana percam, em 2100, até cem metros da faixa de areia que tinha no início do século. Em Ipanema e no Leblon, as perdas são de aproximadamente 80 metros e, em Botafogo, até 70 metros. Isso sem somar o avanço esporádico do mar na maré alta ou em uma ressaca, por exemplo, que pode chegar a 60 metros mais para frente.
Segundo os cientistas, a orla da Baía de Guanabara e a Lagoa Rodrigo de Freitas estarão sujeitas a inundações maiores e, em alguns pontos, permanentes.
"O nível do mar mais elevado impedirá que a água de grandes chuvas escoe das áreas mais baixas, como a Lagoa e o entorno da Baía de Guanabara", afirma a primeira autora do estudo, Raquel Toste, pesquisadora do Laboratório de Métodos Computacionais (Lamce) da Coppe/UFRJ.