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Política

Cenário Político Brasileiro Vive Tensão entre Poderes e Desconfiança sobre Decisões no STF

Por Wander Lopes

10/04/2025

Cenário Político Brasileiro Vive Tensão entre Poderes e Desconfiança sobre Decisões no STF

O Brasil atravessa um período de intensa polarização e instabilidade política, onde a atuação de figuras centrais como o presidente Lula, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes e os demais integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) têm gerado debates acalorados sobre o equilíbrio entre os Poderes da República.

Um dos pontos mais controversos tem sido a postura do ministro Alexandre de Moraes, frequentemente acusado por críticos de adotar medidas que favorecem interesses ligados ao Partido dos Trabalhadores (PT). Essa percepção tem alimentado uma crescente desconfiança tanto entre a população quanto em setores da classe política, especialmente entre aqueles alinhados à oposição.

Enquanto isso, o Congresso Nacional — representado pelo Senado Federal e pela Câmara dos Deputados — tem vivido um cenário de instabilidade crescente. Atualmente, 111 dos 513 deputados federais e 20 dos 81 senadores respondem a processos criminais, o que representa cerca de 21,6% da Câmara e 24,6% do Senado. As acusações incluem corrupção, crimes eleitorais, peculato, lavagem de dinheiro, entre outras. Esse alto número de parlamentares com pendências judiciais cria uma situação peculiar, na qual muitos se veem com o "rabo preso", temendo que qualquer movimento ousado possa levar a decisões judiciais ainda mais prejudiciais, ou até mesmo torná-los inelegíveis nas próximas eleições.

O medo da inelegibilidade se intensifica com a proximidade das eleições de 2026, e, por isso, muitos desses políticos preferem se alinhar a decisões do STF, com o objetivo de garantir a continuidade de seus mandatos e evitar que seus processos ganhem novos desdobramentos. Em vez de agir de maneira independente, esses parlamentares optam pela cautela, buscando evitar conflitos diretos com o Judiciário, o que tem gerado uma preocupação com o desequilíbrio entre os Poderes da República.

Especialistas e analistas políticos alertam para o risco de que o poder real esteja se concentrando no Judiciário, com o Legislativo se tornando cada vez mais submisso às decisões do STF. Esse fenômeno de autocensura e conformismo das casas legislativas alimenta a sensação de que a democracia brasileira está sendo fragilizada, já que muitos parlamentares, ao se manterem em silêncio ou ao se alinharem ao Judiciário, deixam de cumprir seu papel de fiscalização e de proposição de leis que atendam ao interesse público.

No centro desse embate estão figuras como Lula, que segue fortalecendo sua base política, e Bolsonaro, que luta para manter sua relevância, mesmo diante de uma série de investigações que podem afetar sua candidatura em 2026. A luta pela manutenção do poder entre essas lideranças políticas segue moldando a narrativa do país, com reflexos diretos nas eleições municipais de 2024 e, sobretudo, nas disputas presidenciais e legislativas de 2026.

O Brasil vive um momento em que as redes sociais têm se tornado o principal palco para discussões políticas. Vídeos e posts sobre embates ideológicos, medidas adotadas pelo governo e a atuação dos gestores públicos inundam timelines, muitas vezes gerando frustração e descontentamento generalizado. O cenário político polarizado tem alimentado um ciclo de indignação, mas é fundamental destacar que essa insatisfação, expressa nas plataformas digitais, precisa ser traduzida em ação concreta nas urnas.

É necessário frisar que, enquanto a população se mobiliza nas redes sociais, muito do que é debatido ali permanece distante das soluções práticas. A verdadeira mudança ocorre quando o cidadão se dedica a entender e a pesquisar o histórico dos candidatos antes de depositar seu voto. Nas eleições de 2026, esse cuidado será ainda mais crucial, pois precisamos observar se os candidatos não estão na "lista do Judiciário".

Quando dizemos "lista do Judiciário", nos referimos aos políticos que estão sendo investigados ou processados pelo STF, aqueles que, por conta dos seus próprios processos, têm suas mãos atadas em questões que poderiam equilibrar as relações entre os Poderes. Muitos desses parlamentares, com o "rabo preso", têm receio de se posicionar de forma firme contra decisões judiciais, por medo de que isso agrave sua situação no Judiciário ou os torne inelegíveis. Isso gera um ambiente de conformismo, em que medidas necessárias para o bom funcionamento da democracia podem ser estagnadas ou não implementadas por esses representantes.

Portanto, mais do que seguir o fluxo de discussões e críticas que tomam conta das redes sociais, é essencial que o eleitor pesquise e se informe sobre os candidatos que realmente têm condições de atuar com independência, ética e responsabilidade. O voto consciente é a chave para garantir que as futuras lideranças não se vejam atadas por interesses judiciais, e que, se eleitos, possam realmente trabalhar pela separação e equilíbrio dos Poderes, em benefício de todos.

É um momento em que a sociedade deve se engajar ativamente não apenas no debate digital, mas também na construção de um futuro político mais justo e livre das amarras da impunidade ou da pressão de investigações judiciais. Só assim poderemos restaurar a credibilidade nas instituições e garantir que os políticos que ocupam cargos públicos realmente estejam comprometidos com as necessidades do povo, e não com suas próprias conveniências.

Em meio a esse cenário, é fundamental refletir sobre o papel de cada um na construção do futuro político do Brasil. Já pensou em quem votar para presidente, senador, deputado federal ou estadual nas próximas eleições? A mudança que o país precisa começa pelo seu voto consciente e pela exigência de uma representação política mais ética e livre das amarras de interesses judiciais.

Por Wander Lopes

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