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Mundo

Estados Unidos estariam quebrando? Dívida, tarifas e os sinais de alerta na maior economia do mundo

Por Wander Lopes

07/04/2025

Nos últimos meses, economistas, analistas financeiros e até cidadãos comuns têm levantado uma pergunta que até pouco tempo parecia impensável: os Estados Unidos estariam quebrando? Embora o termo seja forte, há sinais de alerta que indicam sérios desafios fiscais e estruturais na maior economia do mundo.

A dívida pública americana já ultrapassou os US$ 34 trilhões, valor que cresce em ritmo acelerado ano após ano. Esse aumento faz com que uma fatia cada vez maior do orçamento federal seja direcionada apenas ao pagamento de juros, reduzindo a capacidade de investimento em áreas fundamentais como infraestrutura, saúde e educação.

Além disso, os EUA vêm enfrentando déficits fiscais recorrentes. Ou seja, o governo tem gastado mais do que arrecada, o que obriga a emissão de novos títulos e amplia ainda mais a dívida. Embora o dólar continue sendo a principal moeda de reserva internacional — o que dá uma certa estabilidade à economia americana —, especialistas alertam que esse desequilíbrio pode se tornar insustentável no médio e longo prazo.

Outro fator que preocupa é o aumento das tarifas de importação, adotadas por diferentes administrações com o objetivo de proteger a indústria nacional. Recentemente, o governo voltou a falar em medidas tarifárias como forma de incentivar a produção interna e gerar empregos. Porém, economistas destacam que tarifações são paliativas e não resolvem os problemas estruturais do país. Além disso, podem elevar os preços ao consumidor, aumentar a inflação e provocar retaliações comerciais de parceiros internacionais.

A inflação, aliás, tem sido outro desafio. Desde a pandemia da Covid-19 e a guerra na Ucrânia, os EUA enfrentam uma inflação elevada. Para contê-la, o banco central americano (Federal Reserve) aumentou os juros, o que encarece o crédito, freia o consumo e impacta negativamente o crescimento econômico.

Apesar de tudo isso, a economia americana ainda se mantém como uma das mais resilientes do mundo, com inovação tecnológica, grande capacidade de consumo e influência global. Mas os sinais de alerta não podem ser ignorados. Especialistas afirmam que, para evitar uma crise mais grave, o país precisa de reformas fiscais profundas, contenção de gastos e planejamento estratégico de longo prazo.

“Os Estados Unidos não estão quebrando, mas se continuarem nesse ritmo, podem acabar enfrentando sérias dificuldades no futuro. A dívida não é um problema em si, mas o descontrole fiscal pode ser”, alerta o economista Michael Hughes, em entrevista à rede Bloomberg.

No fim das contas, a pergunta não é se os EUA estão quebrando, mas sim por quanto tempo ainda conseguirão manter o atual modelo econômico sem enfrentar consequências mais severas.

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