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Brasil

Investigados por Fraudes em Contratos com Governo de MS Formatam Celulares Antes de Operação do Gaeco

Por Wander Lopes

26/07/2024

Na manhã desta quinta-feira (25), o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) realiza a Operação Erasure para investigar a obstrução à Justiça relacionada à Operação Turn Off. Esta última identificou um grupo que fraudou R$ 68 milhões em contratos de Saúde e Educação com o governo do Estado.

De acordo com o Gaeco, equipes foram às ruas de Campo Grande para cumprir mandados de busca e apreensão. Há suspeitas de que os investigados teriam alterado e formatado seus celulares na véspera da deflagração da Operação Turn Off no ano passado. A ação teria sido motivada por informações sigilosas obtidas antes da operação, prejudicando assim as investigações. Caso seja comprovada a obstrução, os envolvidos poderão responder judicialmente.

O advogado Fábio Trad, que representa o empresário Sérgio Duarte Coutinho, afirmou ao Jornal Midiamax que seu cliente não é alvo da operação atual.

Esquema Envolveu Ex-Secretário de Educação, Servidores e Empresários

A Operação Turn Off investiga fraudes em contratos que implicam os irmãos empresários Sérgio e Lucas Andrade Coutinho, o ex-secretário adjunto de educação Édio António Resende de Castro Broch, o ex-servidor estadual Thiago Haruo Mishima, e o primo dos empresários, Victor Leite de Andrade.

Sérgio e Lucas foram presos na segunda fase da operação, acusados de liderar um esquema de fraudes em licitações e propinas que impactou contratos de saúde e educação, ultrapassando R$ 68 milhões. Atualmente, ambos estão em liberdade, sob monitoramento eletrônico.

Na Operação Parasita, deflagrada em dezembro de 2022, os celulares de Lucas e Sérgio foram apreendidos. A análise dos dados revelou uma rede de fraudes em licitações e corrupção, envolvendo servidores estaduais. Um dos contratos investigados é o fornecimento de ar-condicionado para a SED (Secretaria Estadual de Educação), no valor de R$ 13 milhões, direcionado com a participação da servidora Andréa Cristina Souza Lima.

Envolvimento de Servidores

O MPMS identificou Thiago Mishima, então servidor estadual e gestor de contratos, como intermediário entre os empresários e os órgãos estaduais. Sérgio e Victor, junto a Thiago, teriam combinado o pagamento de propinas para a contratação da Isomed Diagnósticos. Thiago também teria orientado Sérgio sobre novos processos licitatórios.

Outra figura envolvida é Paulo Henrique Muleta Andrade, coordenador técnico do Centro Especializado em Reabilitação e Oficina Ortopédica da Apae. Paulo recebia, conforme mensagens interceptadas, 4% das vendas efetuadas pelas empresas para a Apae, entre 2019 e 2022.

Em uma conversa capturada pela investigação, os empresários sugerem a compra de produtos parados em estoque para as vendas fraudadas. "A descartável eles não pediram nenhuma, e... cara, você consegue ver isso aí porque, nossa, tô abarrotado de descartável" (sic), indicando a venda forçada de produtos não solicitados.

A Operação Erasure segue em andamento, e mais detalhes devem ser divulgados conforme o avanço das investigações.

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