O Dono da Lista: Capitão do Mato comanda comunicação paralela e já teve nome citado em caderno apreendido pelo GAECO
Em Mato Grosso do Sul, a comunicação institucional do governo tem sido guiada não pelo secretário da área — que já admitiu não ter autonomia para decidir sobre inclusão ou exclusão de veículos —, mas por um operador dos bastidores conhecido como “Capitão do Mato”. Ele seria o responsável por definir quem entra ou não na chamada “Lista da Esperança”, documento informal onde constam os veículos de mídia beneficiados com contratos milionários de publicidade oficial.
Agora, novos elementos jogam luz sobre o poder e os métodos do personagem. Informações extraoficiais indicam que o nome do “Capitão do Mato” estaria anotado em um caderno apreendido durante uma das fases de uma megaoperação conduzida pelo GAECO — braço do Ministério Público especializado em combate ao crime organizado e à corrupção.
Segundo fontes com acesso às investigações, o material recolhido pode revelar conexões que surpreenderão até os mais experientes conhecedores do submundo político-administrativo do Estado. A operação, ainda em curso, promete expor redes de influência, uso indevido de verbas públicas e possíveis relações espúrias entre poder e comunicação.
O que se sabe até agora é que esse operador não possui cargo oficial, mas age com autoridade superior à do próprio secretário de Comunicação, atuando como verdadeiro dono da verba publicitária — beneficiando grupos alinhados, excluindo veículos independentes e impondo uma política de silêncio a quem ousa questionar.
A revelação de seu nome em material sob análise do GAECO pode abrir um novo capítulo em uma história que mistura favorecimento, autoritarismo e possível corrupção institucionalizada. No centro do furacão, estão milhões de reais que deveriam ser usados para promover informação pública democrática e transparente, mas que hoje parecem servir apenas à manutenção de uma elite midiática alinhada ao Palácio.
É chegada a hora de o Governo do Estado se explicar. Quem é, afinal, o “Capitão do Mato”? Que tipo de influência exerce? E o mais importante: por que alguém sem cargo manda mais do que os próprios secretários?
Publicidades
