Sonda Parker da NASA alcança maior aproximação ao Sol e entra para a história
A sonda Parker da NASA alcança maior aproximação ao Sol a 6,1 milhões de km abrindo caminho para avanços na compreensão dos fenômenos solares e clima espacial
A sonda solar Parker, da NASA, realizou um feito histórico nesta terça-feira (24), ao alcançar sua maior aproximação ao Sol, atingindo a marca de apenas 6,1 milhões de quilômetros da superfície da estrela. Este marco representa um avanço significativo para a ciência e a exploração espacial, oferecendo a possibilidade de entender melhor os fenômenos solares e seu impacto no sistema solar.
Uma jornada histórica rumo ao Sol
Lançada em agosto de 2018, a Parker Solar Probe tem como missão explorar a coroa solar, a camada mais externa da atmosfera do Sol. Durante esta aproximação, a sonda atingiu velocidades impressionantes de cerca de 700 mil km/h e enfrentou temperaturas superiores a 930 graus Celsius. Para suportar essas condições extremas, a sonda é protegida por um escudo térmico especialmente projetado, permitindo que seus instrumentos funcionem em segurança.
A proximidade com o Sol durante o sobrevoo cria desafios técnicos, incluindo a interrupção temporária da comunicação com a Terra. Os cientistas esperam restabelecer o contato nos próximos dias e recuperar os dados coletados, que serão cruciais para aprofundar o conhecimento sobre o vento solar, as ejeções de massa coronal e outros fenômenos que influenciam o clima espacial.
Representação artística da sonda solar Parker, da NASA, estudando o Sol. (Foto: reprodução/Johns Hopkins/Laboratório de Física Aplicada da Universidade/JHUAPL/NASA)
Impactos e descobertas esperadas
A Parker Solar Probe está abrindo caminho para avanços significativos na compreensão do Sol e de sua relação com o restante do sistema solar. Os dados obtidos podem melhorar a previsão do clima espacial, ajudando a proteger satélites, redes de comunicação e tecnologias sensíveis na Terra. Além disso, as informações coletadas são fundamentais para futuras missões tripuladas ao espaço profundo, garantindo a segurança de astronautas.
Dr. Eugene Parker: o visionário por trás da missão solar
A sonda Parker Solar Probe da NASA, que está prestes a realizar uma aproximação histórica ao Sol, leva o nome de Dr. Eugene Parker, um astrofísico que revolucionou nosso entendimento sobre o Sol e o vento solar. Em 1958, Parker propôs pela primeira vez a teoria do vento solar, sugerindo que partículas carregadas eram ejetadas constantemente pelo Sol, criando um fluxo contínuo de material através do sistema solar. Na época, sua teoria foi vista como ousada e controversa, pois desafiava as ideias prevalentes sobre a natureza do Sol.
Décadas mais tarde, a sonda Parker Solar Probe, lançada em 2018, foi projetada para estudar de perto o comportamento do vento solar e as camadas externas do Sol, confirmando muitas das previsões de Parker. A missão é um marco na exploração espacial e cientifica, já que a sonda será capaz de se aproximar do Sol a uma distância jamais alcançada por qualquer outra nave.
O trabalho de Parker não apenas expandiu o entendimento da física solar, mas também ajudou a moldar várias missões espaciais da NASA. Sua contribuição para a ciência é imensurável, e a Parker Solar Probe é uma homenagem ao seu legado. Dr. Eugene Parker, que agora tem 96 anos, acompanhou de perto o lançamento da missão e se tornou a primeira pessoa a ter uma nave espacial nomeada em sua homenagem enquanto ainda estava vivo.