Guerra do Afeganistão: um conflito que atravessa décadas

A Guerra do Afeganistão começou em 1979 e, de um jeito ou de outro, ainda continua até os dias de hoje. Tudo começou como um confronto entre a antiga União Soviética (URSS) e grupos afegãos que se opunham ao governo comunista que havia assumido o poder no país. Mas essa guerra não ficou só entre eles — os Estados Unidos também entraram na jogada e mudaram os rumos do conflito.

Como tudo começou?

Depois da Segunda Guerra Mundial, os países europeus estavam arrasados. Já os Estados Unidos saíram fortalecidos e se tornaram a maior potência capitalista. Do outro lado, a União Soviética virou a principal força socialista. Os dois entraram em uma disputa mundial chamada de Guerra Fria, que era uma briga por influência ideológica, econômica e política. Eles nunca chegaram a se enfrentar diretamente, mas estavam sempre apoiando lados opostos em guerras e conflitos pelo mundo.

Um desses conflitos aconteceu no Afeganistão. Em 1978, o país virou uma república com forte influência soviética. Um ano depois, estourou uma guerra civil entre grupos comunistas (apoiados pela URSS) e grupos religiosos (que não queriam saber de ideologia estrangeira).

A invasão soviética

Em dezembro de 1979, a União Soviética decidiu invadir o Afeganistão para apoiar o presidente Babrak Karmal e tentar controlar a situação. Eles queriam manter sua influência ali e conter os rebeldes mujahidins, que eram contra o regime comunista.

A invasão deu início à chamada Primeira Guerra do Afeganistão (1979-1989). As tropas soviéticas tomaram cidades e bases militares, mas enfrentaram forte resistência da população e dos guerrilheiros.

A entrada dos EUA no conflito

Os Estados Unidos, de olho na Guerra Fria, aproveitaram a situação para enfraquecer a URSS. Passaram a ajudar os rebeldes com dinheiro, armas e apoio estratégico. Não estavam sozinhos — contaram com o apoio da China, do Paquistão e da Arábia Saudita.

Durante dez anos, o Afeganistão foi palco de um conflito violento, com milhares de mortos e milhões de refugiados. Os EUA acabaram incentivando o crescimento de grupos armados que, mais tarde, dariam origem a movimentos extremistas.

E depois disso?

A URSS se retirou em 1989, mas a guerra civil continuou. Nos anos 1990, surgiu o regime talibã, que tomou o poder. Mais tarde, em 2001, após os atentados de 11 de setembro, os EUA invadiram o Afeganistão novamente para combater o Talibã e o grupo terrorista Al-Qaeda, dando início a uma nova fase da guerra que só se encerraria, de forma oficial, em 2021.

Mesmo assim, os conflitos internos continuam até hoje, e o Afeganistão ainda busca paz e estabilidade.