Pressão, perseguição e bastidores sombrios: a imprensa sob cerco e o PSDB sob o radar da PF e do GAECO em Mato Grosso do Sul

A liberdade de imprensa em Mato Grosso do Sul enfrenta um período sombrio, marcado por bloqueios sistemáticos e perseguições políticas que partem, segundo denúncias, do interior da própria Secretaria de Comunicação do Governo do Estado. Apesar de possuírem toda a documentação legal exigida e atuarem dentro dos limites de veiculação permitidos, veículos de comunicação independentes continuam sendo excluídos das campanhas institucionais. A determinação, porém, não parte de critérios técnicos, mas de ordens extraoficiais vindas do alto escalão político.
Fontes revelam que o verdadeiro comando sobre quem pode ou não ter acesso às verbas publicitárias públicas está nas mãos de uma figura influente do PSDB, apontada como mais poderosa que o próprio governador e até que o presidente estadual da legenda. Essa personagem, cujo nome já apareceu em investigações conduzidas pelo GAECO, teria interferência direta na estrutura de comunicação do Estado, impondo bloqueios seletivos e retaliações a veículos que não se alinham à narrativa governista.
E as investigações não param por aí.
Figuras ligadas ao núcleo central do PSDB estadual — incluindo o atual presidente da sigla — têm sido alvos de ações em trâmite que prometem desdobramentos nada agradáveis. O que antes era tratado como “especulação de bastidor” agora se transforma em processos concretos. Prefeitos, deputados e vereadores tucanos têm visto suas portas serem batidas com frequência por agentes da Polícia Federal e do GAECO, que desencadeiam operações em série no combate a esquemas de corrupção e desvios de recursos públicos.
“A Secom virou instrumento de retaliação. Não se trata de gestão da comunicação, e sim de vingança política”, afirma um profissional do setor. “Quem não reza pela cartilha do grupo é punido com invisibilidade institucional. A determinação vem de quem não ocupa cargo oficial, mas dá as ordens — e todos obedecem.”
Enquanto a estrutura de comunicação do Estado é usada como ferramenta de censura indireta, a população sul-mato-grossense é privada do direito à informação plural, imparcial e crítica. O cerco à imprensa não é um caso isolado: faz parte de um enredo maior, onde o poder político tenta se proteger sob uma blindagem institucional, agora ameaçada por ações judiciais que se aproximam cada vez mais do centro do tabuleiro.
A saga da imprensa livre continua. Mas agora, acompanhada de perto pelo avanço das investigações que colocam no foco da justiça justamente aqueles que tentam silenciar vozes.