Segurança

Tolerância Zero: Segurança Pública de MS intensifica combate ao crime

Por Wander Lopes

05/02/2025

 

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp) tem intensificado suas ações para desmantelar o crime organizado no estado. Em mais uma operação de grande impacto, a Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras) desarticulou ontem parte de uma quadrilha que refinava cocaína em Campo Grande. A investigação, iniciada em dezembro de 2023, resultou na prisão de seis pessoas, que podem estar envolvidas em uma série de execuções recentes na Capital.

Ação coordenada e prisões

Com apoio da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) solicitou mandados de busca e apreensão, cumpridos na segunda-feira em 15 endereços: 13 em Campo Grande e dois em Corumbá. Durante a operação, foram apreendidos cocaína, maconha e pasta base, além de 14 armas, entre pistolas, revólveres, escopeta e fuzil. O grupo também acumulava bens de alto valor, como um Porsche, uma moto BMW, uma Hilux e um Nivus, além de R$ 20 mil em dinheiro.

Investigados movimentavam milhões

A investigação aponta que o homem preso em 2024 foi essencial para revelar detalhes do esquema criminoso. Por meio de análise financeira e telemática, a polícia identificou uma rede de tráfico de drogas, homicídios e lavagem de dinheiro. O grupo operava na região central e em bairros como Portal Caiobá, escoando drogas vindas de Corumbá e refinando-as em Campo Grande.

Os criminosos movimentavam entre R$ 500 mil e R$ 3 milhões em suas contas bancárias, apesar de não exercerem atividades lícitas. "Alegar receber salário mínimo e movimentar milhões é absolutamente incompatível", destacou o delegado Pedro Henrique Pillar. O grupo também utilizava a compra e venda de veículos como estratégia de lavagem de dinheiro.

Ligados a homicídios na Capital

A polícia acredita que a quadrilha tem relação direta com os homicídios registrados em Campo Grande, caracterizados por execuções violentas e disputas territoriais do tráfico. Apenas em janeiro, 41 homicídios dolosos foram cometidos no estado, e nos primeiros dias de fevereiro, mais sete, sendo quatro na Capital.

Dentre as execuções recentes está a de Filipe de Augusto de Brito Correa, morto dentro de uma oficina de motos na Vila São Jorge da Lagoa. Outro crime que chamou atenção foi o assassinato de Elpídio da Silva Santos, apontado como chefe do tráfico na Vila Nhanhá, executado com 14 tiros em plena luz do dia. A polícia suspeita de um "acerto de contas", já que outro homem ligado a Elpídio foi morto no mesmo local semanas antes.

Operação continua

A Sejusp segue apurando o caso e ainda não divulgou a quantidade exata de drogas apreendidas, incluindo cocaína pura, conhecida como "escama de peixe". Um mandado de prisão também foi cumprido em Corumbá, e um suspeito segue foragido.

As autoridades reforçam que a política de "tolerância zero" contra o crime organizado está em curso e que novas ações devem ocorrer nos próximos meses para garantir a segurança da população sul-mato-grossense.

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