Com ambulâncias novas paradas, Prefeitura de Campo Grande impõe "milha" mensal de R$ 980 mil ao sistema econômico

Enquanto 12 ambulâncias novinhas doadas pelo Ministério da Saúde permanecem paradas, a Prefeitura de Campo Grande segue impondo uma verdadeira “milha” de gastos ao sistema econômico local: são R$ 980 mil com o aluguel de ambulâncias para o SAMU. Um custo recorrente que poderia ser evitado, não fosse a evidente falta de gestão pública.
As ambulâncias foram entregues à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) em dezembro de 2024 e abril de 2025, mas mesmo assim, em maio, a frota em operação seguia composta por 10 ambulâncias alugadas, com altíssimo custo aos cofres municipais. Enquanto isso, os veículos novos permanecem parados, sem qualquer justificativa convincente à população.
Diante do cenário, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou a Notícia de Fato nº 01.2025.00005815-4, dando um prazo de 10 dias para que a Prefeitura explique por que os veículos públicos não foram ativados e por que os contratos de locação continuam drenando recursos.
O valor desperdiçado já soma milhões. É como se, todos os meses, a gestão municipal entregasse uma "milha de sacrifício" ao contribuinte, que paga por algo que já está disponível, mas simplesmente não é utilizado. A dúvida que paira é: incompetência ou conveniência?
Num momento em que o discurso oficial é de contenção de gastos e responsabilidade fiscal, a prática contradiz completamente a teoria. Fica evidente que não se trata apenas de um problema técnico, mas de prioridades políticas mal definidas – ou, pior, muito bem definidas, mas não em favor do interesse público.