TCE-MS pretende gastar R$ 385 mil em garagem anexa à presidência: investimento levanta críticas sobre prioridades do órgão

A recente intenção do presidente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), conselheiro Flávio Kayatt, de investir R$ 385 mil na construção de uma garagem anexa ao seu gabinete está gerando questionamentos sobre os critérios de prioridade e o uso racional dos recursos públicos por parte da Corte.
A obra, que seria executada nas dependências do TCE em Campo Grande, está sendo planejada para oferecer acesso privativo à presidência. No entanto, diante do contexto econômico atual e das constantes cobranças da população por austeridade e transparência nos gastos públicos, o investimento vem sendo alvo de críticas, inclusive dentro de setores do funcionalismo e da sociedade civil organizada.
Segundo críticos, a construção de uma garagem dessa magnitude, com valor estimado próximo a meio milhão de reais, parece destoar da função primordial do TCE-MS: fiscalizar o uso eficiente e legal dos recursos públicos nos municípios e órgãos estaduais.
“É no mínimo contraditório ver o órgão que deve zelar pela economicidade do dinheiro público planejando um investimento que não traz benefícios diretos à população nem aos serviços prestados pelo Tribunal”, comentou um servidor que preferiu não se identificar.
Enquanto municípios do interior enfrentam dificuldades para garantir infraestrutura básica — como escolas, unidades de saúde e estradas trafegáveis —, o alto custo previsto para um projeto voltado à comodidade interna da presidência soa como um ato de desconexão com a realidade vivida pela maior parte dos cidadãos.
Além disso, até o momento, nenhuma justificativa técnica detalhada sobre a necessidade da obra foi divulgada oficialmente. Não há informações públicas sobre licitação, projeto executivo ou estudos de custo-benefício, o que também levanta preocupações sobre a transparência do processo.
Para muitos, o caso reforça a urgência de uma maior vigilância social e institucional sobre os próprios órgãos de controle, que devem ser os primeiros a dar o exemplo de zelo, responsabilidade e prioridade no uso do erário.