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Segurança

Presídios lotados, comida azeda e surto de sarna: a grave realidade do sistema penitenciário de MS

Por Wander Lopes

10/06/2025

 

A superlotação, a alimentação precária e a falta de higiene vêm transformando os presídios de Mato Grosso do Sul em verdadeiros barris de pólvora. Denúncias recentes revelam um cenário alarmante: celas com o triplo da capacidade, comida azeda servida diariamente e um surto de sarna que se alastra por várias unidades prisionais do estado.

Familiares de detentos relatam condições desumanas. "Meu irmão está com o corpo todo tomado pela sarna. Eles estão trancados com pouca água e sem atendimento médico", afirma uma mulher que prefere não se identificar por medo de represálias. Em alguns presídios, como os de Campo Grande e Dourados, presos dividem espaços mínimos, muitas vezes dormindo no chão, em revezamento.

Além da falta de estrutura, a alimentação é outro ponto crítico. Detentos e familiares relatam que marmitas frequentemente chegam azedas ou com alimentos estragados, agravando os problemas de saúde e aumentando o risco de infecções intestinais.

O surto de sarna, registrado por servidores e denunciado por advogados, escancara o descaso com a saúde pública dentro do sistema. A Defensoria Pública e o Ministério Público Estadual já foram acionados, mas até o momento as respostas têm sido lentas.

Entidades de direitos humanos cobram providências urgentes do Governo do Estado e da Secretaria de Justiça e Segurança Pública. Segundo especialistas, a situação configura uma grave violação dos direitos fundamentais, podendo inclusive gerar responsabilização internacional.

Enquanto isso, do lado de dentro das grades, cresce a tensão entre internos e agentes penitenciários. O temor é que, diante do abandono e da insalubridade, novas rebeliões possam acontecer.

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