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Política

Com fim da obstrução no Congresso, cenário político deve seguir tensionado

Por Wander Lopes

08/08/2025

Depois de quase 48 horas ocupando o plenário da Câmara dos Deputados, a oposição encerrou, na noite da última quarta-feira (6), a obstrução que paralisava os trabalhos no Congresso desde o início da semana.

Na quinta-feira (7), com a pauta desobstruída, a Câmara aprovou a medida provisória que prevê pagamentos extras a servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

No Senado, as votações também foram retomadas após o fim do protesto de parlamentares na manhã dessa quinta. O movimento da oposição, no entanto, deixou marcas: segundo especialistas ouvidos pelo R7, apesar do fim do impasse imediato, a tensão política deve persistir, afetando o ambiente de negociação entre os Poderes.

A obstrução foi liderada por parlamentares principalmente de PL, Novo e Republicanos, que ocuparam as mesas diretoras da Câmara e do Senado com esparadrapos na boca.

O protesto foi uma reação à decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes de impor prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro, sob a justificativa de que ele teria violado medidas judiciais anteriores.

As principais exigências do grupo eram: anistia geral aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, o impeachment de Moraes e o fim do foro privilegiado.

A pressão surtiu efeito parcial. Segundo o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líderes de partidos do centro, como PP, União Brasil e PSD, se comprometeram a pautar, na próxima semana, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que acaba com o foro privilegiado.

O que muda com o fim da obstrução

A retomada das votações não significa necessariamente que a crise foi superada. Para o cientista político André César, o episódio revela a fragilidade das articulações no Congresso e inaugura uma nova fase de pressão da oposição sobre o governo e os demais Poderes.

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