Corrida tecnológica global: carros movidos a hidrogênio ameaçam reconfigurar o poder econômico mundial


A revolução da mobilidade limpa está em curso, e com ela surgem tensões globais cada vez mais intensas. No centro do furacão está a BYD, gigante chinesa dos veículos elétricos, acusada em redes sociais de usar tecnologia espiã e de ser geradora de lixo ambiental por conta do descarte de baterias. Contudo, essas acusações, que se multiplicam sem provas concretas, têm origem suspeita: os bastidores da poderosa e ameaçada indústria petrolífera.
Empresas e governos ligados ao petróleo veem sua relevância diminuir diante da ascensão de tecnologias sustentáveis. A disseminação de boatos parece ser parte de uma estratégia defensiva, na tentativa de frear o avanço da eletrificação e da independência energética.
Mas a disputa está longe de se restringir aos carros elétricos. O anúncio do lançamento, previsto para 2026, de um carro movido a hidrogênio abastecido apenas com água acendeu ainda mais o alerta entre os grandes exportadores de petróleo. O projeto, que promete revolucionar a matriz energética mundial, representa um duro golpe nas reservas fósseis que sustentam boa parte da economia global.
A Toyota, pioneira nesse segmento, já detém quase todas as patentes estratégicas relacionadas ao desenvolvimento e produção de veículos movidos a hidrogênio — o que a posiciona como um dos principais players da próxima fase da mobilidade. No entanto, a China, com sua estrutura de produção massiva, domínio logístico e crescente investimento em inovação, pode estar prestes a dar um salto histórico. Se conseguir dominar ou contornar as barreiras tecnológicas impostas pelas patentes, poderá transformar esse cenário em um gráfico vertiginoso de ascensão no poder econômico mundial.
O embate está formado: de um lado, potências tradicionais tentando preservar seu domínio através do petróleo e da propriedade intelectual; de outro, países emergentes e empresas inovadoras dispostas a redesenhar o mapa de influência global com base em hidrogênio, baterias e inteligência energética.
A pergunta que resta: quem vai liderar o mundo quando o motor do futuro for abastecido com água?