Membros do PSDB são alvos da PF em nova fase da Operação Tromper

Na manhã da última quinta-feira (5), o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a quarta fase da Operação Tromper, que investiga desvios milionários em contratos de obras públicas no município de Sidrolândia, Mato Grosso do Sul. A ação resultou no cumprimento de mandados de prisão preventiva contra o ex-vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), seu assessor Carmo Name Júnior e o empreiteiro Cleiton Nonato Correia.

A decisão foi expedida pelo juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, da comarca de Sidrolândia, que apontou a necessidade das prisões para a “garantia da ordem pública”. Os três são acusados pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Além deles, outras 17 pessoas foram alvo da operação, que expõe um suposto esquema de corrupção envolvendo contratos superfaturados e favorecimento de empresários e agentes públicos.

Claudinho Serra, que também foi secretário de Fazenda de Sidrolândia durante a gestão da então prefeita Vanda Camilo — sua sogra —, é apontado pelo Gaeco como o principal articulador do esquema.

As investigações seguem com análise de documentos, bloqueio de bens e novas diligências.

A recorrente aparição de membros do PSDB em investigações e operações da Polícia Federal tem manchado a imagem de um partido que, em suas origens em Mato Grosso do Sul, se apresentava à sociedade com o compromisso da “Ficha Limpa”. A legenda, que por muitos anos construiu seu capital político com base na ética e na transparência, hoje enfrenta o desgaste provocado por escândalos de corrupção envolvendo quadros importantes. O envolvimento de lideranças tucanas em esquemas de desvio de recursos públicos representa uma dura contradição aos princípios que nortearam o início da trajetória do partido no estado — e uma vergonha para seus eleitores e apoiadores históricos.