Restrição de atendimentos na Santa Casa de Campo Grande se torna crônica: até quando a população vai pagar essa conta?

A Santa Casa de Campo Grande, maior hospital filantrópico de Mato Grosso do Sul e referência no atendimento pelo SUS, vive mais uma vez uma situação crítica. A restrição nos atendimentos, especialmente nas áreas de urgência e emergência, se tornou uma realidade cada vez mais frequente — e agora parece ter se instalado de forma crônica.
O que era para ser uma medida excepcional virou rotina. A cada novo anúncio de suspensão de serviços, a população campo-grandense, especialmente os mais pobres, sofre as consequências. O que está acontecendo com a saúde pública da capital sul-mato-grossense?
As justificativas oficiais apontam falta de recursos, atrasos nos repasses por parte do Estado, dívidas históricas e dificuldades para manter equipes médicas completas. Mas a grande pergunta permanece sem resposta: onde está a trava que impede o fluxo regular de recursos? Como uma instituição com papel tão central segue operando no limite, mês após mês?
Apesar dos milhões em repasses anunciados por prefeituras, Estado e União, o hospital segue à beira do colapso. A transparência sobre a real destinação desses valores é escassa, e a população começa a questionar se a crise é apenas financeira — ou se há também um componente de má gestão.
Campo Grande, uma capital em crescimento, não pode assistir passivamente ao desmonte de sua principal instituição hospitalar. Médicos e enfermeiros relatam sobrecarga, falta de insumos e incerteza sobre os próximos plantões. Pacientes aguardam atendimento nos corredores, transferências são adiadas e procedimentos essenciais ficam suspensos.
A crise da Santa Casa escancara o abandono da saúde pública e exige uma reação urgente das autoridades. Não basta empurrar a situação com promessas ou paliativos temporários. É preciso responsabilidade, planejamento e transparência. O povo campo-grandense já paga impostos suficientes — não pode continuar pagando com a própria saúde a conta da ineficiência pública.
Até quando a Santa Casa vai seguir em colapso? E até quando a população vai suportar o peso da omissão?