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Justiça

Embrólio da CPI do Consórcio Guaicurus se aprofunda e pode envolver vereadores em depoimentos

Por Wander Lopes

12/05/2025


 

Campo Grande (MS) – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada na Câmara Municipal para investigar irregularidades no contrato do transporte coletivo operado pelo Consórcio Guaicurus enfrenta um novo desdobramento: a possível convocação de vereadores para prestar depoimentos sobre sua relação com o consórcio, contratos e votações anteriores que favoreceram a empresa.

O imbróglio político-jurídico ganha fôlego em meio às pressões populares por mais transparência nos gastos públicos e melhoria dos serviços de transporte coletivo urbano, que há anos colecionam críticas sobre atrasos, sucateamento da frota e aumentos tarifários mal justificados.

Segundo apuração exclusiva da Folha do Estado do Brasil, membros da CPI avaliam a pertinência de ouvir vereadores que, ao longo das últimas legislaturas, votaram projetos diretamente ligados ao contrato com o Consórcio Guaicurus – inclusive em momentos de renovação de concessão e liberação de subsídios. Há, ainda, suspeitas de possível omissão legislativa frente às denúncias recorrentes da população e do Ministério Público.

O relator da CPI, que preferiu não ser identificado, sinalizou que “ninguém está acima do escrutínio público” e que o objetivo da comissão é “desvendar a teia de interesses que sustentou por tanto tempo um contrato que hoje se mostra desequilibrado e possivelmente lesivo ao erário”.

Enquanto isso, nos bastidores, já circulam rumores sobre vereadores que estariam se mobilizando para evitar que seus nomes sejam arrolados na lista de depoentes, o que reacende o debate sobre conflito de interesses e compromissos éticos de representantes eleitos.

Contexto
Criado em 2012, o Consórcio Guaicurus reúne empresas responsáveis pelo transporte coletivo na capital. Desde então, tem sido alvo de críticas constantes por parte dos usuários e de instituições como o Tribunal de Contas e o Ministério Público Estadual. A CPI foi instalada com base em suspeitas de desequilíbrio contratual, ausência de fiscalização efetiva por parte do poder público e favorecimento reiterado do consórcio por decisões administrativas e legislativas.

Próximos Passos
A expectativa é de que nos próximos dias a CPI oficialize um novo cronograma de oitivas. A depender do avanço da investigação, é possível que ex-secretários de governo e até ex-prefeitos também sejam convidados a depor, ampliando ainda mais o alcance do processo investigativo.

A Folha do Estado do Brasil continuará acompanhando de perto o caso e trará, com exclusividade, os desdobramentos da CPI e o impacto que as possíveis revelações podem ter sobre o cenário político municipal.

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