Missão Polêmica: Senadores de MS Partem para os EUA em Meio à Crise Comercial, e Bolsonaristas Atacam Viagem

Uma comitiva de senadores de Mato Grosso do Sul embarcou nesta semana para os Estados Unidos com o objetivo de discutir as recentes medidas protecionistas impostas pelo governo norte-americano contra produtos brasileiros, especialmente o chamado “tarifaço” de 50% anunciado pela gestão de Joe Biden. Entre os parlamentares está a ex-ministra da Agricultura e atual senadora Tereza Cristina (PP-MS), que passou a ser alvo de duras críticas da ala bolsonarista após integrar a missão junto a parlamentares da oposição.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, usou as redes sociais para classificar a viagem como inútil. “Me desculpem, até colegas de partido estão fazendo uma delegação para vir aqui junto com parlamentares do PT. Não vão conseguir resolver nada. A nossa embaixadora não é recebida aqui, o vice-presidente Geraldo Alckmin não tem interlocução aqui, e eu adianto: não haverá recuo”, disparou.
Eduardo ainda foi mais longe ao sugerir que a única alternativa para conter os danos econômicos seria a aprovação de um projeto de anistia no Congresso. “Se quiserem sacrificar o País inteiro achando que vale a pena essa jogada política, sigam com essa viagem. Mas não contem com milagres”, completou.
Viagem divide opiniões
Enquanto parte da classe política defende a iniciativa como um esforço legítimo para abrir diálogo e tentar reverter as medidas americanas que ameaçam setores vitais do agronegócio, como o da carne bovina sul-mato-grossense, outra parcela enxerga a viagem como um gesto inócuo e midiático.
Críticos ainda apontam que o alto custo de uma comitiva internacional, em tempos de crise fiscal e de tensão comercial, pode agravar a desconfiança da população com relação à classe política.
EUA endurecem com Brasil
A decisão unilateral dos Estados Unidos em aplicar a nova tarifa tem potencial devastador para exportações brasileiras, sobretudo de produtos agrícolas. A medida é vista como um duro golpe ao setor produtivo, e pressiona o governo brasileiro a buscar alternativas diplomáticas e comerciais para evitar o colapso de alguns segmentos.